vendredi 26 décembre 2014

Primeiro Natal no Congo

Já estou morando no Congo há mais de 5 meses, e aos pouquinhos estou conhecendo a cultura desse país. Muita gente tem a imagem da África de miséria, de fome, e eu não vou negar que isso é verdade. Eu não conheço muita coisa por aqui ainda, conheço Ponta Negra que é a cidade onde eu moro. Tem aproximadamente 700 mil habitantes e tem muitas pessoas paupérrimas. Pessoas que moram em casas de pau, no meio da floresta, que tem acesso a água limitado e comida é mandioca e folha de mandioca. Eles tem acesso a hospitais, mais eles não são de boa qualidade. Tem acesso também a educação, na verdade escola é o que não falta por aqui. O estado das ruas nem se fala, é impossível andar a pé, devido a falta de calçadas. E os motoristas são uns mais loucos que os outros. Claro, que os responsáveis maiores de tudo isso são os políticos, um milhão de vezes mais corruptos aqui que no Brasil. Mas não é sobre miséria que eu quero falar. A imagem da miséria temos bem na nossa cabeça. Miséria também existe no Brasil e todas as partes do mundo. Eu gosto de falar sobre comportamentos que muito mostram sobre a personalidade das pessoas. Eu quero falar sobre as pessoas com as quais eu tenho contato por aqui.

As pessoas que eu tenho contato por aqui são geralmente expatriados, gente que está por aqui trabalhando, ou acompanhando o cônjuge (o meu caso), conhecendo culturas, mas também se submetendo a uma cidade de infraestrutura precária, tomando atenção quintuplicada com a higiene, com acesso limitado a produtos (porque quase tudo é importado e custa uma fortuna), morando longe da família etc. Tudo isso, porque trabalho está difícil em várias partes do mundo, e quando a gente tem um, a gente luta para conservá-lo, e também para guardar um dinheirinho para em alguns anos conseguir comprar a casa própria, ou para ter dinheiro para cuidar dos filhos, enfim, viver uma vida confortável. Cada um de nós expatriados somos muito empáticos uns com os outros, sabemos que, em relação o quadro de vida de 90% da população aqui, estamos muito bem e temos uma vida bem confortável. Mas NÃO somos milionários, nem mesmo ricos, nem mesmo classe média alta, como eles pensam aqui.

A outra parte das pessoas que eu tenho contato, são as pessoas que trabalham no condomínio, como domésticas, jardineiros, lavadores de carro, eletricistas, auxiliar de limpeza etc. São pessoas que tem uma vida melhor que a maioria da população, pois tem um emprego, e nesse emprego ganham em média 30% a 80% a mais que os outros trabalhadores que trabalham para a população local. Tem também a população rica local, são congoleses, árabes, chineses, indianos, marroquinos etc. Eles são MUITO ricos, os políticos principalmente. Eles andam de Jaguar, Ferrari, Range Rover, enquanto a gente gasta 50 reais num barzinho, eles gastam mil. E tem a particularidade de tratarem e pagarem mal seus empregados e todas as pessoas mais pobres com as quais tem contato, como, por exemplo, um garçom num restaurante.

Dado a composição da população local. Seleciono os trabalhadores locais do condomínio, e do meu apartamento mesmo, para estudarmos o comportamento humano. Por aqui o que reina é a OSTENTAÇÃO.  A pessoa pode morar debaixo da lona que anda bem arrumado. Todos se importam muito com a aparência, mas não muito com o cheiro natural. A minha diarista, por exemplo, em 4 meses de trabalho, ainda não repetiu uma peça de roupa. Eles também se importam mais com beber que comer bem. Fui a uma algumas festas, tinha Whisky, vinho tinto, branco, rosé, Amarula, champanhe, rum, coca, suco, cervejas variadas e por aí vai, e o menu era arroz e peixe assado (estamos a beira mar). Eles gostam de ostentar que tem dinheiro. Muitos quando pegam o salário correm pra comprar roupa, sapato, bebidas e sair para boates etc. Chegam em casa, comem arroz, ou mandioca, ou folha de mandioca, ou pão, de vez em quando um peixe e não estão nem aí. Claro que muitos também ajudam a família. Mas eles gostam de ostentar. Aqui é normal ver as mulheres andando a pé de scarpin e os homens de terno.

Quanto a relação que eles tem conosco, expatriados, é muito particular. Como, na maioria, nós pagamos mais e somos mais gentis que os outros empregadores, eles esperam muito, muito mesmo, de nós. E esse esperar que é muito chato. Porque nós já tentamos ser melhores que os outros empregadores para eles, mas nunca é suficiente. É raro você ouvir um agradecimento, eles querem mais e mais e mais. Vou dar 3 exemplos para ficar mais visível a situação:

Primeiro, minha diarista, que trabalha manhãs por semana comigo, (eu não preciso porque só somos 2 pessoas em casa e eu não trabalho, mas damos trabalho para criar emprego, na verdade eu me sinto melhor sozinha em casa), ela toma café da manhã quando chega, come o que a gente come, muitas vezes eu cozinho a mais para ela poder levar pra casa, e ela ganha o mesmo tanto que um professor ou uma enfermeira aqui. Agradecida por ter um trabalho? Nunca. Eu arrumei um trabalho pra ela, 2 manhãs na casa de uma amiga, mas ela começou a fazer exigências, eu não a indiquei por conta disso; ela já faltou várias vezes de serviço; chega atrasada (agora parou porque sabe que mais uma, ela está fora); mente sem limites; dei metade do salário + carne como bônus de natal, ela nem mesmo agradeceu, e ainda mentiu que um parente morreu pra não vir trabalhar dia 24, e olha que eu já tinha falado que ia emendar o feriado pra ela. Eu já escutei vários outros exemplos parecidos ou piores.

Segundo, eu vi que o natal estava se aproximando, e vi que ninguém estava fazendo nada, resolvi chamar uma amiga para pedirmos dinheiro para oferecermos de presente para os trabalhadores da residência (guardas, jardineiros, eletricistas, auxiliar de limpeza etc). Não temos obrigação, pois são trabalhadores terceirizados. Mas os vemos todos os dias, e gostaríamos de tornar essa data mais agradável. A pessoa que deveria fazer isso é o "prefeito" do condomínio, ligamos para ele, ele falou que não ia fazer nada, que se a gente quisesse, que a gente fizesse. Saímos de porta em porta pedindo dinheiro.Teve gente que doou, outros não, e outros viajaram. No total, conseguimos dar 50 reais (convertendo) pra cada um, ressaltando que eles são 33 trabalhadores. Agradecimento? Uns 5 agradeceram, o resto pegou e tchau. E uns outros falaram que o condomínio está em decadência, porque antigamente eles ganhavam um presente melhor que isso.

Terceiro, um desses trabalhadores, porque de vez em quando eu troco algumas palavras com ele, me pediu um favor. Pensei comigo, "vai falar que tem alguém doente e vai pedir 50 reais emprestado". Vai nessa, pediu logo de cara um NOTEBOOK ... Não sei se é pra rir ou pra chorar. Me disse que podia ser usado e que pagaria parcelado. Falei que o meu também estava um caco e que meus pais também não tinham computadores. Aqui é desse jeito, você dá a mão querem o pé, você pode dar sua casa, seu carro, que ainda não será suficiente.

Com o tempo, gente aprende a não ter muita empatia com quem quer ter vida boa a custa dos outros. Eu ajudo, e vou continuar ajudando, as associações aqui, que ajudam realmente quem precisa, quem tem lepra, HIV, orfanatos etc. O Teleton no Brasil ou Le Resto du Coeur na França. Ou seja, quem realmente precisa e está na miséria. Porque tem muita gente que tem casa, tem carro, tem o que comer e beber, e fica pedindo luxo para os outros. Gente que eu conheço aqui, no Brasil e na França (várias pessoas) que tem os sonhos de luxo (celular da moda, notebook, roupa de marca, shows etc) e não tem vergonha de pedir para os outros. Primeiro, eu ajudo eu mesma e minha vida família a realizar nossos sonhos. Segundo, meus pais e minha irmã, que tem uma vida simples, mas não me pedem nada. Terceiro, as associações que eu conheço que ajudam as pessoas que tem uma necessidade urgente (comida, água).


Conclusão, a gente tem que aprender a ignorar umas coisas assim, a deixar entrar num ouvido e sair no outro. E aprender também a dizer não, porque não podemos salvar o mundo, o que podemos fazer é cuidar bem da nossa vida e da nossa família e dos nossos sonhos e lutar para que eles se realizem. Porque se dissermos sim a todo mundo, nunca vamos conseguir comprar uma casinha, um carro, viajar e a ter uma vida boa. Se um dia, eu virar uma escritora de sucesso e me tornar milionária, dai sim, vou poder atender alguns pedidos de luxo ..

Eu espero nesse Natal que as pessoas sejam mais agradecidas com o que tem e que Deus nos dê força e saúde para lutarmos por nossos sonhos!

mardi 18 novembre 2014

Eu mudei...

As pessoas mudam...

Graças a Deus, as pessoas mudam. A melhor coisa do mundo é mudar, mudar para melhor, saber que você evoluiu, que as coisas não continuaram da mesma maneira, que amizades se desfizeram, mas as verdadeiras continuam firmes e fortes...

Dizem que eu mudei. Eu agradeço: muito obrigada! Reclamam que eu me afastei de algumas amizades, que eu não me importo mais com elas...Mas essas "amizades" se importam comigo? Eu também digo a mesma coisa, não. Mas eu ignoro isso. 

Minha mãe sempre me dizia: "Minha filha, é só você que procura seus amigos. Eu não vejo seus amigos te procurarem. Fica sem procurar eles, para ver se eles te procuram. Quem gosta, corre atrás". E dizem que conselho de mãe é a voz de Deus. Eu resolvi seguir o conselho da minha mãe. Isso, já tem uns 4 anos ou mais. 

Quando eu era adolescente, vivia correndo atrás de amigos, ia na casa de um de outro. Sempre tentando ser servil, eles também me ajudavam, uma mão lavando a outro. Mas, com o tempo fui percebendo quais relações me procuravam por amizade verdadeira, quais por troca de favores. E fui me afastando. 

Quando comecei um relacionamento com uma pessoa, muitos amigos também se afastaram. Eu fui aplicando os conselhos da minha mãe, deixando de procurar esses amigos para ver se eles me procuravam, mas isso não aconteceu. 

E outros, eu me afastei porque meu pensamento evoluiu, e esses amigos ficaram presos nas grades dos pensamentos infantis. 

Esse afastamento é um processo que começou há alguns anos. Mas, alguns notaram simplesmente agora que eu me afastei. Não são meus amigos, são amigos do passado e colegas do presente. Dizem que é culpa do meu status social...Não sabem nada da minha vida, não sabem nada dos meus problemas, mas querem que eu corra atrás deles como quando eu era adolescente...Só digo uma coisa para vocês, meus ex-amigos: EU MUDEI. 

Mas, os verdadeiros amigos, esses continuaram ao meu lado, me procurando, me escrevendo, se interessando realmente pela minha vida e torcendo por minha felicidade.

E a vocês, eu sou grata...


jeudi 30 juin 2011

Gosto Musical



Ultimamente tenho sido questionada sobre meus gostos musicais, o que não tem me deixado tão contente. Não é o fato de ser questionada sobre esse assunto que não me apraz. Mas os rótulos que são estabelecidos a determinados tipos musicais, por exemplo, se você gosta de funk é porque é uma pessoa vulgar ou que não tem nada na cabeça. Pode até coincidir que essas características estejam associadas a certas pessoas, mas um caso não implica outro.

Eu, normalmente, quando estou entre amigos, colegas, tendo a ter uma personalidade extrovertida, brinco muito, faço uso de uma linguagem um tanto quanto coloquial oralmente, então por conta disso uma pessoa A fez suposições sobre o meu gosto musical, que segundo A seria Luan Santana. Nada contra Luan Santana. Bem, ele nem me conhece direito, ou seja, pessoas que você conversa por educação por estar no mesmo recinto. Tudo bem. Mas por que A ousou dizer isso? Primeiro, porque ele é super sem educação, é visível, pois uma pessoa com o mínimo de bom senso não sai apontando características assim: “Você gosta disso..” “você é assim..”. Por que não toma a si mesmo como exemplo? Acho que nem um psicólogo barato possui tais atitudes. No entanto, de acordo com A eu deixei vestígios para tal conclusão. Para concluir A ousou fazer a segunda afirmação, que eu não gostava de música erudita. Provavelmente porque eu não sou séria, nem falo baixo. Pois fique sabendo, doutor, que Beethoven era super sem educação e mal humorado.

Na semana seguinte, outros colegas “intelectualíssimos” ficaram profundamente indignadas pelo fato de eu falar que gostava de Roberto Carlos. Quiseram me dar uma aula sobre manipulação de mídia e de ditadura. Claro, né, eu devo de ter 11 anos e tenho que acordar para a realidade. Me ensinaram que o Roberto Carlos foi um “traíra” do grupinho musical da época e que foi a Rede Globo que o coroou rei. Noooosssaaa, jura?? O.ô. Meu mundo vai acabar!! Alguém me segura senão eu vou cortar meus pulsos. Que informação bombástica, hein?! Vai até para o TV Fama. Ah! Me aconselharam a ouvir Chico Buarque. Logo, por dedução, quem ouve Roberto Carlos não ouve Chico Buarque. Adoorooo.! :P

Então queridos, já que possuem tanto interesse no meu perfil musical, segue minha justificativa pessoal. Se vocês não mudam de humor, estado de espírito, eu mudo! E cada situação exige uma música diferente. De vez em quando acordo um pouquinho nervosa, daí é melhor falar, ou cantar essa revolta, então toca Capital Inicial, canto bem alto mesmo “não quero ser como vocês eu não preciso mais...”. Se o nervosismo é devido a problemas amorosos, entra Ana Carolina – ela é ótima para tentar superar – “Hoje eu to sozinha e tudo parece melhor, mas é melhor ficar sozinha que é pra não ficar pior.” Agora quando eu estou sozinha, só eu Patrícia Bonita, deitada numa cadeirinha de descanso, ou então deito na cama com as janelas abertas, olho para o céu azul, respiro fundo e me sinto por inteira, daí eu escuto Enya, meu príncipe Andrew Lloyd Webber – todas! Outros momentos estou bem romântica, daí entra Elvis Presley, hmmmmm “Love me tender, Love me true..”, Roberto Carlos “amanhã de manhã...”, Bocelli, Roupa Nova... Outros, eu quero só ficar tranqüila: Guns n Roses, Pink Floyd, Leoni, MPB variados. E, às vezes, estou normal, sem fortes emoções: Chico Buarque, Geraldo Azevedo, Elba Ramalho, U2, Vinicius de Moraes...É isso aí que toca aqui em casa geralmente.

Porém, se eu estiver numa festa entre amigos, familiares, e tocar um samba, eu entro no meio da roda. Se tocar um forró, eu danço dois pra lá e dói pra cá; se for um trance, eu também requebro os ossinhos; e por fim, pasmem!, se o funk estiver dominando, eu vou até o chão. Sabe por quê? Porque eu não vou dar uma de chata, mal-humorada, enquanto a intenção da festa é se divertir. Eu quero mais é ver a alegria, o sorriso estampado na cara do povão. Disseram-me que agindo assim não estou sendo autentica, talvez não, mas pode ter certeza que a alegria que demonstrar no momento será verdadeira. Eu não quero ser o defunto no meio da festa. E sabe de uma coisa? É como dizem, melhor ser flexível, humilde como um bambu, que quando o vento bater eu me curvo e consigo atravessar a tempestade, que ser duro e inflexível como o carvalho e ser quebrado ao meio.

Namastê,

Patrícia.

mardi 21 avril 2009

Sobre pessoas e agradecimentos

Olá meus poucos leitores!

(risos)

Passei um bom tempo sem postar nada.

É porque eu gosto de postar somente, e se somente,quando algum acontecimento insiste em pesar sobre meus pensamentos. Daí caminho pelas ruas, e meu delírio continua..Até que tenho que escrever, porque se falasse não teria com quem conversar o que realmente tenho vontade de falar.

Foi essa manhã, eu caminhava para o meu trabalho, quando comecei a pensar sobre algo que aconteceu comigo. Na verdade, não foi o que aconteceu comigo que me incentivou a escrever, e sim os monólogos que se proliferaram.

O pensamento motor foi sobre gratidão. Tem gente que não sabe agradecer. Que não sabe a quem realmente agradecer. Você faz coisas para a pessoa, dá atenção, amor, carinho, cuidado...E quando pensa que isso é recíproco. A pessoa agradece a outra pessoa, que não é você. E essa outra pessoa nem se importa realmente com o bem dessa pessoa que você tanto gosta. Não estou me referindo a fazer o bem esperando receber algo em troca. Não é isso. Mas a questão é a pessoa realmente não se importar contigo e fazer tudo para agradar outra pessoa, isso porque sabe que você estará sempre ali para o que for preciso.

Daí comparei essa situação com o Universo. Quando me refiro a Universo, eu me refiro à Fonte Inesgotável, e consequentemente à Lei da Atração. Continuando, o Universo está ao nosso dispor, a todo momento que precisamos a Fonte está disposta a estar sempre ao nosso lado. Mas não agradecemos o que recebemos. E todos os ensinamentos sobre lei da atração, sobre você conseguir o que quer envolve Agradecimento. Dizem os mestres dessa arte, que quanto mais você agradece, mais recebe. Agradecimento é a chave para conseguir mais e mais coisas. Por quê?
Porque estímula o Universo a fazer muito mais por ti. Você ao agradecer, conecta-se diretamente com a Fonte e descobre a grandeza do Ser.
Nós, como filhos do Ser, herdamos essa característica. E notei isso por conta do incidente que comentei no início deste post. Por conta de que agora eu não faria mais tantas coisas por essa pessoa, já que ela não percebe de onde vem a amizade e o carinho verdadeiro que ela recebe. Quem sabe, se ela realmente perceber e voltar sua atenção para quem realmente está ali por ela, eu possa a voltar a fazer o que fazia, e além.
"Me desculpe Universo por ser ingrata..A partir de hoje quero reconhecer quem realmente está ao meu lado. Eu te agradeço por ser ti quem realmente está ao meu lado. E se o Universo está do meu lado..eu tenho tudo..Obrigada Universo, obrigada vida."
Patrícia Souza Silva

dimanche 22 février 2009

Passado

"No man is rich enough to buy back his past." (Oscar Wilde)

Wilde sempre diz frases fortes, que nos fazem pensar.
Dinheiro compra muitas coisas..Coisas até por demais..
O passado..
Voltar...
E tentar...
E recomeçar!
"Ah, se eu pudesse viver minha vida novamente..."
...
É...
"E Se ?": a melhor pergunta..tanto para passado quanto para futuro!

Para o passado..em casos de melancolia..

Para o futuro..na co-criação (prefiro!)

Melhor ainda..

Estar em paz a cada dia com as sua vida.
Um colega me perguntou qual era o meu dom, respondi que não tinha nenhum. Só estava preocupada em tentar viver. E daí, ele retrucou assustado: Só isso? Só está preocupada em viver??
É..isso.
Em viver.
Quantas pessoas conhece que realmente vivem? Vivem mesmo??
Eu? Não muitas.
Eu quero viver.
Eu quero cheirar o Sol das manhãs. E abraçar o entardecer. E deitar quietinha antes de dormir, pensando em coisa nenhuma. E saber que sou eu! Eu mesma!
Eu mesma..minha amiga, minha guia..Guia-me pelas veredas da justiça..e da boa vontade..

Amém.

mercredi 26 novembre 2008

Gostou? Quando for citar, por favor colocar a fonte assim:

SOUZA SILVA, Patrícia. Considerações Sobre o Evangelho Segundo Jesus Cristo. disponível em http://intelectualissima.blogspot.com. Última atualização em 26 de Novembro de 2008.

Considerações sobre O Evangelho Segundo Jesus Cristo

O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991) é uma obra do escritor português, reconhecido mundialmente, José Saragamago. José Saramago tem obras adaptadas para óperas, teatros, mini-séries; é muito fértil em sua literatura, escrevendo poesias, romances, teatros e recebeu vários prêmios de Literatura. Mas, a obra analisada, O Evangelho Segundo Jesus Cristo, lhe rendeu muitas críticas e foi considerada uma ofensa à Igreja Católica. Por causa disso, o autor refugiou-se nas ilhas Canárias, onde vive até os dias atuais.
O motivo de tanta indignação da Igreja Católica, por conta da obra de Saramago, é que ele retrata a história de Jesus, mas não da forma como é relatada nos Evangelhos Segundo Mateus, Marcos, Lucas e João. Pois, o Jesus mostrado em Mateus é aquele como “O Messias”, porque o público alvo eram os judeus; em Marcos é aquele Jesus “modelo de homem”, trabalhador, porque o público alvo eram os romanos; em Lucas, Jesus é retratado mais pelo lado “médico dos médicos”, sábio, e o público alvo os gregos; e em João, é Jesus “filho de Deus”, amor que veio para dar a vida e salvar a todos, porque o público alvo era toda a humanidade. E todos viveram mais ou menos na mesma época que Jesus viveu. A obra de Saramago foi escrita quase dois mil anos depois dessa época, é uma ficção, um romance, o que difere é um outro cenário com Jesus, os mesmos personagens, mas outra versão dos fatos.
Saramago fez de sua obra um romance, não tem a obrigação de contar a história como realmente aconteceu. No entanto, dá vida a obra usando a imaginação, uma história de amor. E nesse livro, o Jesus apresentado é um homem comum com um dom. Há a humanização de Jesus.
Pela época, podemos dizer que Saramago está inserido no neo-realismo português. Então, uma das intenções presentes ao se escrever a obra é despertar a consciência do povo. Talvez até mesmo como denúncia social, pelo fato de querer alertar as pessoas para as coisas que lhe são contadas. O autor não está querendo negar a história de Jesus (ele mesmo afirma isso), mas quer levantar hipóteses. “E se..” “E se a história verdadeira tivesse acontecido de outra forma?”.Nietzsche também tem intenções de exercer indagações nas pessoas, em sua obra O anticristo, ele tenta mostrar o poder que a camada dominante pode exercer nas pessoas, que não há verdades acabadas.
E Saramago, longe de querer depreciar a pessoa de Jesus em seu livro (a partir do momento que humaniza Jesus), ele traz um ponto de vista que Jesus, apesar da divindade, era homem. Com todas as indagações possíveis. A visão que o autor passa de Deus é como das mitologias, mais próximo dos homens, compreensível, assim como os deuses. O diabo, por sua vez, não é mau, e sim um testador enviado pelo próprio Deus, para acompanhar e instruir a vida de Jesus na terra. Sua função é colocar as dúvidas no caminho do mestre, pois as hipóteses trazem o conhecimento. E, além de tudo, há espaço para o romance, na obra, de Jesus e Maria Madalena.
Portanto, o livro O Evangelho Segundo Jesus Cristo é intrigante, tem a intenção de levantar debates, mexer com as ideologias das pessoas. Cumpre com a função de romance: narra uma história ficcional, e possui uma linguagem simples. Ele enriquece muito a humanidade, no sentido de engrandecer, e quem realmente assumir o risco de ler a obra, como ficção, surpreender-se-á com as diversas possibilidades que as coisas podem se apresentar, e como a verdade pode ser manipulada.
Referências:
SARAMAGO, José. O evangelho segundo Jesus Cristo. São Paulo:Companhia das Letras, 1991। 445p

lundi 22 septembre 2008

Início

Início

De vez em quando eu ouço lobos uivando.
Mas só de vez em quando,
Eu acho...

Eu sempre quis escrever um poema que tivesse esse início. Infelizmente, ficou somente na introdução. Tem momentos raros, como quando comecei a escrever o início desse poema inacabado, que a gente consegue traduzir o que a nossa alma está sentindo.Digo momentos raros, porque um sentimento é algo tão subjetivo, que é difícil encontrarmos as palavras certas para traduzir o que estamos sentindo a outra pessoa. Para falar a verdade, às vezes não conseguimos traduzir nem para nós mesmos o que estamos sentindo. O que a nossa alma está dizendo para si mesma.
Por isso, invejo os artistas. Eles conseguem dar forma ao que não tem forma. Eles dão palavras à nossa alma agoniada. É realmente fascinante ver Machado de Assis estudando o comportamento humano, fico impressionada com o título de um dos capítulos de Memórias Póstumas de Brás Cubas, chama-se O menino é pai do homem. Como? É instigante, é delicioso. Talvez seja por isso, que nos envolvemos tanto com clássicos literários, com músicas marcantes, filmes, obra de arte enfim. Porque eles dão forma ao que estamos sentindo. Há algo oculto que de repente se revela a nós, e parece que por um momento conseguimos dar tradução ao que tanto nossa alma ansiava expressar.
Mas, isso é para os mestres dessa arte. Como disse, nunca consegui terminar o poema, ou a tradução do que senti por algum tempo. Do tempo em que me sentava, em noites de lua cheia, no alpendre de casa, sozinha, e com o rosto apoiado nos joelhos, eu sentia comunicação plena. E dizia comigo mesma,

De vez em quando eu ouço lobos uivando.
Mas só de vez em quando,
Eu acho...
Patrícia Souza Silva